sábado, 30 de abril de 2011

Sergei Prokofiev

Sergei Prokofiev (1891)-(1953). Como muitos compositores que marcaram a evolução da música, Sergei Prokofiev também foi uma criança prodígio. Nasceu em Sontsovka, Ekaterinoslav distrito da Ucrânia no dia 23 de Abril de 1891. Filho único, recebeu de sua mãe, uma talentosa pianista amadora, os primeiros ensinamentos musicais. Seu talento como pianista e compositor aflorou precocemente. Em 1903, já tomava lições de piano com “Reinhold Glier.” Ingressou no Conservatório de S. Petersburgo em 1904, onde teve como mestres Rimsky-Korsakov, Lyadov e Tcherepnin. Fez seu “début” como pianista em 1908 e rapidamente ganhou fama de “enfant terrible”, por suas composições incompreensíveis e ultra modernas, imagem que ele adorava cultivar. Seu exagero logo atraiu a atenção em suas primeiras peças para piano, como na apresentação do seu extravagante Concerto para Piano no.1 e do ameaçador Concerto para Piano no. 2. Em 1914, graduou-se ganhando o prémio como pianista compositor.


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Direitos dos Animais















1. O conceito de direito

Muitas das questões centrais que surgem nesta área envolvem o conceito de direito. Por isso, precisamos de perguntar o que significa dizer que um ser tem um direito.
Uma coisa seguramente verdadeira é a seguinte:
Se X tem um direito, então há algumas maneiras de tratar X que são pelo menos aparentemente incorrectas.
Assim, uma condição necessária para X ter um direito é haver maneiras de tratar X que são pelo menos aparentemente incorrectas; mas será isso também uma condição suficiente? Por outras palavras, o facto de ser incorrecto tratar X de certas maneiras é tudo o que é preciso para dar um direito a X?



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Tony Bevan





















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Irmãos Grimm













David Hckney, A Black Cat Leaping

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Guerra













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Lucian Freud - Anos 90
















Dois corpos desmesurados marcam o itinerário dos anos 90, com os quais se amplia a escala das telas, numa inédita monumentalidade. O primeiro é o de Leigh Bowery, personagem famoso pelos espectáculos de travesti ao longo dos anos 80, desenhador de moda e artista «performer», criador de imaginativos figurinos com que actuou também em galerias de arte. Se a sua imagem pública se construía pela mascara e a metamorfose, a que transmite a pintura de Freud é a de total despojamento de um corpo desarmado e vulnerável, em que o pintor dizia encontrar uma pele translúcida ( «como se se fosse capaz de ver por baixo do tapete»).

Alexandre Pomar

Leigh Bowery

Benefits Supervisor Sleeping














Apresentada por Bowery, Sue Tilley, funcionária da segurança social, expõe uma massa de carne que excede a dos corpos do Barroco, observada em pintura com uma consideração, uma atenção respeitosa da pessoa inteira, que impede a alegação de que se trataria de um modelo grotesco. Freud reconhece ter «predilecção por pessoas de invulgares ou estranhas proporções» e investiga-as sem indulgência nem caricatura, explorando no corpo de «Big Sue» as pregas de uma carne sem músculos, «assombrosas crateras e coisas que nunca tinha visto antes».

Alexandre Pomar

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Madame Yevonde

Yevonde Cumbers Middleton, mais conhecida por Madame Yevonde, nasceu em 1893, em Inglaterra. O seu pai, um fabricante de tintas de impressão, teve o prazer em iniciar a sua filha no fascinante mundo da cor. A sua família incutiu na jovem a independência que lhe era característica e desenvolveu uma personalidade muito forte e determinante em construir o seu próprio caminho. Yevonde não tinha a intenção de passar os seus dias numa sucessão de danças e grupos de teatro até que um marido apropriado reparasse nela.

Apesar de na sua adolescência ter descoberto o movimento sufragista, Yevonde preferiu dedicar o seu tempo livre a traçar os seus projectos. Contudo, Yevonde foi uma acérrima defensora dos direitos das mulheres ao longo de toda a sua vida. Este movimento foi, sem dúvida, uma força motivadora da sua carreira, levando-a mais tarde a explorar os diversos aspectos da sexualidade feminina e o seu papel na sociedade.

A escolha da sua profissão foi puramente um feliz acaso. Yevonde respondeu a um anúncio para assistente de um conhecido fotógrafo. Apesar de não ter aceitado a oferta, agora ela sabia exactamente o que queria fazer para o resto de sua vida e que lhe proporcionaria a sua independência: a fotografia.

Antes de iniciar a sua carreira nos anos 20, trabalhou no atelier de Lallie Charles, a maior society photographer inglesa da época. O modelo eduardiano de Lallie e a escolha de homens e mulheres como tema principal foi, sem dúvida, uma grande influência no trabalho de Yevonde. Mas, aos poucos, ela iria procurar o seu próprio estilo. A fotografia de estilo vitoriano/ eduardiano dava lugar a uma tendência irreverente e inesperada que surgiu no período entre as duas Grandes Guerras.

Acima de tudo, Madame Yevonde inovou a fotografia a cores. Nos anos 30, a fotografia colorida já existia, mas era tecnicamente muito intrincada e considerada vulgar; só os anúncios publicitários utilizavam fotografias a cores. Para além de Yevonde, o único fotógrafo que se dedicou à fotografia em cores, na mesma época e de forma artística, foi o Paul Outerbridge. Mas Yevonde ia mais longe. Ela utilizava o processo Vivex e filtros para que cor “explodisse” nas suas fotografias. Algo inédito para a época.

Madame Yevonde falece em Dezembro de 1975.


Fonte: Yevonde Portrait Gallery

David Hockney série Grimm's Fairy Tales

David Hockney artista de Pop Art nascido em 1937.

David Hockney sempre recusou o epíteto de artista pop. Curiosamente nenhum outro artista britânico após a II Guerra Mundial suscitou, como ele, tão grande interesse por parte dos meios de comunicação social. A sua obra tem surgido frequentemente em publicações de grande tiragem, como a revista francesa Vogue, para a qual produziu diversos trabalhos em 1984 e 1985. Algumas das suas pinturas da fase californiana das piscinas, como A Bigger Splash, têm sido utilizadas para capas de livros, publicidade e até para ilustrar o estilo de vida da Califórnia.

Nascido no seio de uma família de Bradford, com cinco filhos, decidiu ser artista aos onze anos de idade.

Hockney não indica claramente as razões que o levaram a pensar o seu futuro como artista. O pai, Kenneth Hockney, era contabilista, mas artista nas horas vagas. Quando refere ter tido pouco contato com a arte, na sua cidade natal, David Hockney menciona o fato de o pai manifestar algum interesse por pintura e desenho, tendo frequentado cursos noturnos de pintura.

Personagem corajoso, assumiu desde cedo a sua homossexualidade, mas, ao contrário de outros artistas, não se limitou a viver dentro da comunidade gay, fazendo-se aceitar pelo resto da sociedade tal como é.

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terça-feira, 26 de abril de 2011

O Que é a Arte?

A questão da arte é a de saber o que é a arte. Esta tem sido importante tanto na estética do século XX como na prática da arte. Por vezes, parece que os artistas tiveram de a confrontar nos seus trabalhos para serem levados a sério pelo mundo da arte. Enquanto escrevo, o artista belga Francis Alys escolheu mandar um pavão vivo para a Bienal de Veneza em vez de comparecer pessoalmente. A actividade do pavão é apresentada como uma obra de arte intitulada O Embaixador. Os galeristas britânicos do artista forneceram um comentário útil sobre o significado desta obra de arte:

A ave irá pavonear-se em todas as exposições e festas como se fosse o próprio artista. É burlesca, insinuando a vaidade do mundo da arte e remetendo para velhas fábulas com animais. (Citado em "Portrait of the Artist as a Young Peacock", The Times, 6 de Junho de 2001, p. 1.)

Presumivelmente, estava alguém por perto para limpar os trabalhos menores deste artista substituto durante a bienal. Talvez estes venham a ser expostos numa futura bienal.


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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Casa das Histórias - My Choice





















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Casa das Histórias - My Choice




















Naked Girl with Egg (1980-81) de Lucian Freud

Desde há várias décadas que a pintura de Lucian Freud é classificada como chocante, perversa, cruel ou mórbida, e o seu autor referido como um terrível e misterioso personagem. Hoje discute-se se é ou não o maior dos pintores vivos e é admirado como o último dos «Old Masters». Mesmo se há agora menos lugar para o escândalo, a pintura de Freud não deixou de ser perturbante pelas razões de sempre - a presença real (mais do que realista) da figura humana nos seus quadros, a excessiva veemência física dos corpos representados como carne, a nudez crua dos seus modelos femininos e masculinos observados sem complacência e sem pudor, a desmesura e a deselegância de algum desses modelos, a relação pessoal do pintor com os corpos devassados e expostos das suas mulheres, amantes, filhos e amigos. Vê-lo como um pintor consagrado não deverá significar um olhar distanciado e reverente sobre as obras, que continuam a ser incómodas e nos interpelam como um desafio irresolúvel.

Alexandre Pomar

terça-feira, 12 de abril de 2011

Dicionário Priberam

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Casa das Histórias exibe obra 'Proles Wall' de Paula Rego












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Proles Wall/ Os Anos da Proles Wall




















Rego, Proles Wall, 1984 (pormenor) - Colecção CAM - Fundação Calouste Gulbenkian - Fot. Paulo Costa

Em 1984 Paula Rego foi convidada a participar na exposição colectiva Nineteen Eighty-Four preparada pelo Camden Arts Center para assinalar a edição do livro homónimo de George Orwell, que em 1948 tinha escrito uma poderosa utopia crítica para um futuro próximo. A artista prepara uma pintura de grandes dimensões que designa por Proles Wall, resgatando para a narrativa a designação usada pelo escritor para se referir a proletariado mas sobretudo a complexa estrutura de tensões e relações de poder reveladas numa sociedade autoritária e auto-vigiada, agora revista de modo pessoal e transformador na compulsão do desenho.

Proles Wall encerra e recomeça um novo ciclo de trabalhos na produção de Paula Rego. Culmina a série das Óperas, construídas em grande escala a partir dos libretos nos primeiros anos da década de oitenta, numa obra de dimensão impar que une o sentido da obra literária que lhe serviu de base ao seu olhar atento e crítico sobre a sociedade contemporânea. E projecta novos trabalhos como as séries Dentro e Fora do Mar ou Vivian Girls, soluções narrativas densas de personagens e enredos truncados em que a cor surge intensa, directa, como elemento constitutivo do desenho e da composição.

Esta exposição, a terceira temporária dedicada a Paula Rego, assenta na presença axial de Proles Wall, um conjunto de 10 painéis da Colecção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, colocada em diálogo com obras da Casa das Histórias.

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sábado, 9 de abril de 2011

Paula Rego

1935 – Paula Figueiroa Rego nasce em Lisboa; a família muda-se em 1938 para o Estoril. De 1945 a 51 frequenta a St. Julian School, em Carcavelos.

1952-56 – Estuda pintura na Slade School of Art, em Londres, onde conhece Victor (Vic) Willing, com quem virá a casar. Em 1956 nasce a sua filha Carolina; regressa a Portugal, vivendo até 63 na Ericeira. Dois outros filhos nascem em 59 e em 61.

1961 – Expõe pela primeira vez na II Exposição Gulbenkian, onde as suas colagens são imediatamente notadas.

1962 – Expõe com o London Group, ao lado de jovens artistas como Hockney, Auerbach e Michael Andrews. Paula e Vic compram uma casa em Londres, onde passam a viver durante parte do ano.

1965 – Primeira exposição individual, em Lisboa (SNBA), com imediato sucesso crítico. Roland Penrose selecciona-a para uma exposição de grupo no Institut of Contemporay Art, em Londres.
1967 – Integra a representação de Portugal na Bienal de S. Paulo (e de novo em 1976). É diagnosticada a Vic uma esclerose múltipla, de que morreria em 1988, depois de um período em que se afirmou como um notável pintor.

1976 – Fixa residência em Londres.


1978 – Participa em «Portuguese Art since 1910», na Royal Academy, Londres. Expõe pela primeira vez na Galeria 111.

1981 – Primeira exposição individual em Londres, na Air Gallery, entidade subsidiada pelo Arts Council. Abandona a colagem e retoma a pintura com a série «O Macaco Vermelho». No ano seguinte expõe pela primeira vez numa galeria comercial londrina, a Edward Totah Gallery, 26 anos depois de ter deixado a Slade School.

1983 – Professora convidada na Slade. Exposição «Paitings 1982-3», incluindo a série «Óperas», em Londres, Bristol, Amsterdão e Milão.

1985 – Participa na representação da Grã-Bretanha na Bienal de São Paulo. A Tate Gallery adquire-lhe uma primeira obra. Expõe individualmente em Nova Iorque. Participa na Bienal de Paris.

1987 – Digressão britânica de «Selected Work 1981-86».

1988 – Retrospectiva na Fundação Gulbenkian e na Serpentine Gallery, em Londres.

1989 – Primeira exposição na Marlborough Gal., Londres.

1990 – Primeira artista associada da National Gallery. Itinerância britânica da série de gravuras «Nursery Rhymes» ao longo de cinco anos.

1991 – Itinerância na Grã-Bretanha das «Histórias da National Gallery», mostradas no ano seguinte em Londres e na Gulbenkian.

1992 – «Peter Pan and Other Stories», Marlborough. Publicação de uma longa monografia da autoria de John McEwen, Phaidon Press (tradução portuguesa, ed. Quetzal/111).

1994 – «Mulher Cão», Marlborough; participa em «Here and Now» na Serpentine Gal. e numa mostra de grupo na Saatchi Gallery.

1996 – Expõe na Marlborough de Nova Iorque; participa em «Spellbound: Art and Film», Hayward Gal.

1997 – Retrospectiva na Tate Gallery de Liverpool e no CCB, onde é vista por 62 mil visitantes.

1998 – Expõe na Dulwish Picture Gallery. Participa em «L'École de Londres», Museu Maillol, Paris. continuar a ler aqui

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Chaos A.D.


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Debate - A Escola e os Valores

40 Anos a Promover Saúde, Escolhas e Direitos pela Igualdade de Oportunidades
Pioneira em Portugal na promoção do planeamento familiar, na criação de serviços para jovens, na formação de profissionais, na educação sexual nas escolas, a APF orgulha-se de um percurso de trabalho já longo e iniciado com um grupo de pessoas que entre os anos de 1967 e 1972 fundaram e contribuíram para a implementação da Associação enquanto IPSS de relevo na sociedade portuguesa.

Federada na IPPF - International Planned Parenthood Federation . a maior agência internacional de planeamento familiar de carácter não governamental e a segunda maior agência de voluntariado a nível mundial, a APF tem por objectivos fundamentais a promoção da Saúde, Educação e Direitos nas áreas da sexualidade e planeamento familiar para, e de acordo com os seus Estatutos, “ajudar as pessoas a fazerem escolhas livres e responsáveis na sua vida sexual e reprodutiva.”

Ao longo da sua existência, a APF tem trabalhado no sentido de se conseguirem alcançar alterações legais e políticas no âmbito do planeamento familiar, da educação sexual e dos direitos sexuais e reprodutivos. Neste sentido, o seu contributo para a mudança tem-se feito através

-da investigação, da elaboração de estudos diversos e do levantamento regular de problemas existentes nestas áreas
da tomada de posições públicas

-da promoção do debate sobre questões do interesse público

da realização de projectos modelo

-da formulação e apresentação de propostas diversas aos sucessivos governos e Assembleia da República

-do estabelecimento de protocolos de cooperação com organismos governamentais e serviços públicos a nível central, regional e local, e com outras organizações não governamentais continuar a ler aqui

domingo, 3 de abril de 2011

Indignai-vos - Stéphane Hessel

«A minha longa vida deu-me uma série de motivos para me indignar».
Quem escreve é Stéphane Hessel, 93 anos, herói da Resistência francesa, sobrevivente dos campos de concentração nazis e um dos redactores da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É com a autoridade moral de um resistente inconformado e de um lutador visionário que Stéphane Hessel nos alerta, neste breve manifesto, para o facto de existirem hoje tantos e tão sérios motivos para a indignação como no tempo em que o nacional socialismo ameaçava o mundo livre. Se procurarmos, certamente encontraremos razões para a indignação: o fosso crescente entre muito pobres e muito ricos, o estado do planeta, o desrespeito pelos emigrantes e pelos direitos humanos, a ditadura intolerável dos mercados financeiros, a injustiça social, entre tantos outros. Aceitemos o desafio de Stéphane Hessel, procurando neste livro e no mundo que nos rodeia os motivos para a insurreição pacífica, pois "cabe-nos a todos em conjunto zelar para que a nossa sociedade se mantenha uma sociedade da qual nos orgulhemos."

Debate - A Escola e os Valores

Existe violência quando, numa relação amorosa, um exerce poder e controlo sobre o outro, com o objectivo de obter o que deseja.

A violência nas relações amorosas surge quando:

os rapazes pensam que:
- têm o direito de decidir determinadas coisas pela namorada
- o respeito impõe-se
- ser masculino é ser agressivo e usar a força

as raparigas acreditam que:
- as crises de ciúme e o sentimento de posse do namorado significam que ele a ama
- são responsáveis pelos problemas da relação
- não podem recusar ter relações sexuais quando ele deseja

A violência não conhece fronteiras de estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, etc, e ocorre em todos os casais (hetero e homossexuais). continuar a ler aqui

Debate - A Escola e os Valores

Cerca de 70 por cento dos portugueses consideram erradas as relações sexuais entre dois adultos do mesmo sexo; mesmo nas idades mais jovens, os números da desaprovação nunca descem abaixo dos 53 por cento. "Portugal ainda é um país homofóbico", comenta Sofia Aboim, uma das autoras do Inquérito Saúde e Sexualidade (2007), do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que é apresentado na terça-feira e faz um retrato da sexualidade na população portuguesa.
"As mentalidades não estão ainda muito abertas à aceitação da homossexualidade", sublinha a socióloga, referindo que os números que atestam o repúdio a este tipo de relações são "globalmente altos". Na escala apresentada aos inquiridos eram-lhes dadas várias opções: se achavam as relações entre pessoas do mesmo sexo totalmente erradas, a maior parte das vezes erradas, algumas vezes erradas ou raramente erradas. A maioria da população respondeu com a opção mais categórica. O estudo assenta em 3643 entrevistas feitas a indivíduos dos 16 aos 65 anos, numa amostra representativa da população de Portugal continental.
Os homens são mais críticos no que toca às relações homossexuais do seu sexo: 58,9 por cento consideram-nas totalmente erradas; em relação às mulheres, a desaprovação desce para 53,9 por cento. Sofia Aboim atribui estes dados a "uma masculinidade tradicional e homofóbica em Portugal" - "as lésbicas são vistas como muito mais inócuas em termos de masculinidade". Nas mulheres existe, apesar de tudo, mais igualdade na avaliação: quer sejam relações homossexuais entre homens ou mulheres, a desaprovação, no seu máximo, é quase a mesma - cerca de 40 por cento consideram-nas totalmente erradas. Em relação às idades, "há uma linha geracional importante" - quanto mais jovem se é, menos se desaprova a prática -, "mas mesmo nos mais jovens os valores são altos". No seu todo, a desaprovação nunca desce abaixo dos 53 por cento, que é a percentagem dos que, entre os 18 a 24 anos, julga que a homossexualidade é errada. Tal como nos mais velhos, nesta faixa etária a desaprovação atinge o seu máximo nos homens a julgar as relações entre homens do mesmo sexo - um valor que chega aos 68 por cento.
"Estava à espera de algum conservadorismo, mas esperava valores mais baixos nas gerações mais novas", diz a investigadora, acrescentando que num inquérito semelhante em França se constatou que 80 por cento dos jovens franceses aceita as relações entre pessoas do mesmo sexo.
O mito dos dez por cento
Sofia Aboim considera que "este conservadorismo" em relação à homossexualidade pode ter reflexos nos portugueses que se colocam nessa categoria: só 0,7 por cento, um número muito longe "do mito dos dez por cento de homossexuais", muito usado por associações de defesa dos direitos gay. O número encontrado no inquérito português está dentro do que é comum noutros estudos internacionais, acrescenta.
Mas há outros dados do inquérito - coordenado pelos sociólogos Manuel Villaverde Cabral e Pedro Moura Ferreira, a pedido da Coordenação Nacional para a Infecção do VIH/sida - que colocam o número dos que têm contactos homossexuais acima dos que se definem como tal. São cinco por cento os que dizem ter tido contactos com pessoas do mesmo sexo sem envolver a área genital (beijos, toques, abraços) e 3,2 por cento os que dizem ter tido relações sexuais com alguém do mesmo sexo. "Há uma declaração mais fácil da prática do que o assumir de uma identidade."
Curioso foi constatar que são mais os que assumem que "oscilam ao longo da vida". Há mais portugueses a assumiram-se como bissexuais do que como homossexuais.
53%
Mesmo nas idades mais jovens, os números da desaprovação nunca descem abaixo dos 53 por cento.

in http://jornal.publico.clix.pt/

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1984

«Estamos a viver num mundo onde ninguém é livre, no qual dificilmente alguém está seguro, sendo quase impossível ser honesto e permanecer vivo.»
George Orwell, The Road to Wigan Pier

Desde que Thomas More, ao escrever a sua mais famosa obra, imortalizou o termo Utopia, qualquer texto que segue o modelo narrativo proposto por este é rotulado como
utópico.
Misto de obra literária e filosófica, de fuga ficcional ou crítica feroz ao sistema social, o não-lugar / bom-lugar de More depressa deu origem um estilo literário que logo, e até aos nossos dias, fez surgir diversas outras obras com a mesma temática. Espelho do eterno descontentamento humano, de um despertar da humanidade do longo sono medieval, a Utopia seiscentista apresentava uma nova heroína da humanidade - a Razão. Num grito de raiva, o Homem liberta-se do jugo do pecado original e aquilo que, durante séculos, havia sido tomado como a prisão terrestre, torna-se no palco da Razão. Se o homem é bom por natureza, por que não há de ser a sociedade onde ele vive? É possível a salvação na Terra. O Homem será capaz de criar o paraíso secular e assim, ser feliz. Para isso, basta que utilize da melhor maneira a faculdade que tem poder para isso. A utopia não exige apenas a razão. É preciso ultrapassa-la, dar o passo em frente. A utopia é feita para ser realizável, concretizável.continuar a ler aqui

1984 by George Orwell / Nineteen Eighty-Four

1984 - Trailer