quarta-feira, 27 de abril de 2011

Madame Yevonde

Yevonde Cumbers Middleton, mais conhecida por Madame Yevonde, nasceu em 1893, em Inglaterra. O seu pai, um fabricante de tintas de impressão, teve o prazer em iniciar a sua filha no fascinante mundo da cor. A sua família incutiu na jovem a independência que lhe era característica e desenvolveu uma personalidade muito forte e determinante em construir o seu próprio caminho. Yevonde não tinha a intenção de passar os seus dias numa sucessão de danças e grupos de teatro até que um marido apropriado reparasse nela.

Apesar de na sua adolescência ter descoberto o movimento sufragista, Yevonde preferiu dedicar o seu tempo livre a traçar os seus projectos. Contudo, Yevonde foi uma acérrima defensora dos direitos das mulheres ao longo de toda a sua vida. Este movimento foi, sem dúvida, uma força motivadora da sua carreira, levando-a mais tarde a explorar os diversos aspectos da sexualidade feminina e o seu papel na sociedade.

A escolha da sua profissão foi puramente um feliz acaso. Yevonde respondeu a um anúncio para assistente de um conhecido fotógrafo. Apesar de não ter aceitado a oferta, agora ela sabia exactamente o que queria fazer para o resto de sua vida e que lhe proporcionaria a sua independência: a fotografia.

Antes de iniciar a sua carreira nos anos 20, trabalhou no atelier de Lallie Charles, a maior society photographer inglesa da época. O modelo eduardiano de Lallie e a escolha de homens e mulheres como tema principal foi, sem dúvida, uma grande influência no trabalho de Yevonde. Mas, aos poucos, ela iria procurar o seu próprio estilo. A fotografia de estilo vitoriano/ eduardiano dava lugar a uma tendência irreverente e inesperada que surgiu no período entre as duas Grandes Guerras.

Acima de tudo, Madame Yevonde inovou a fotografia a cores. Nos anos 30, a fotografia colorida já existia, mas era tecnicamente muito intrincada e considerada vulgar; só os anúncios publicitários utilizavam fotografias a cores. Para além de Yevonde, o único fotógrafo que se dedicou à fotografia em cores, na mesma época e de forma artística, foi o Paul Outerbridge. Mas Yevonde ia mais longe. Ela utilizava o processo Vivex e filtros para que cor “explodisse” nas suas fotografias. Algo inédito para a época.

Madame Yevonde falece em Dezembro de 1975.


Fonte: Yevonde Portrait Gallery

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