A cultura é humanidades. A ciência não é cultura, é apenas uma técnica. Ou, na melhor das hipóteses, uma especialidade. Quando alguém se quer cultivar lê poesia, romances mais ou menos intelectuais, vê filmes, ouve música. Mas esta atitude tem dois vícios. Em primeiro lugar, resta saber que humanidades estão aqui em presença. Na maioria dos casos duvido que estes humanistas saibam duas regras do latim ou grego clássico, as regras de poética, ou análise musical. Na maioria dos casos, o percurso pelas ditas humanidades é apenas passageiro, em que lugares comuns se sucedem uns aos outros (“códigos”, “linguagem”, “discurso”, “estruturas”, “valorações”, “representações”, etc.). Lugares comuns esses que em acréscimo têm o demérito de serem velhos quando se julgam frescos.
Em segundo lugar, reverso desta medalha é o de que a ciência despreza as humanidades. É pelo menos o que dizem os cientistas menores. Sempre que vejo alguém com formação científica dizer que “letras são tretas” lembro-me dos grandes cientistas, como Maxwell, Heisenberg, Schroedinger, Berthelot, para citar apenas alguns, que tinham um profundo amor pela arte, pela literatura, pela filosofia, pela música, ou por todos elas de uma só vez. Quando vejo um mestre do estilo que era um Poincaré ou um Pascal percebo que alguém que não sabe escrever é em geral fraco cientista. Ao desprezo folclórico dos não cientistas corresponde um desprezo igualmente étnico dos (maus) cientistas.
Em segundo lugar, reverso desta medalha é o de que a ciência despreza as humanidades. É pelo menos o que dizem os cientistas menores. Sempre que vejo alguém com formação científica dizer que “letras são tretas” lembro-me dos grandes cientistas, como Maxwell, Heisenberg, Schroedinger, Berthelot, para citar apenas alguns, que tinham um profundo amor pela arte, pela literatura, pela filosofia, pela música, ou por todos elas de uma só vez. Quando vejo um mestre do estilo que era um Poincaré ou um Pascal percebo que alguém que não sabe escrever é em geral fraco cientista. Ao desprezo folclórico dos não cientistas corresponde um desprezo igualmente étnico dos (maus) cientistas.
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