Dois corpos desmesurados marcam o itinerário dos anos 90, com os quais se amplia a escala das telas, numa inédita monumentalidade. O primeiro é o de Leigh Bowery, personagem famoso pelos espectáculos de travesti ao longo dos anos 80, desenhador de moda e artista «performer», criador de imaginativos figurinos com que actuou também em galerias de arte. Se a sua imagem pública se construía pela mascara e a metamorfose, a que transmite a pintura de Freud é a de total despojamento de um corpo desarmado e vulnerável, em que o pintor dizia encontrar uma pele translúcida ( «como se se fosse capaz de ver por baixo do tapete»).
Alexandre Pomar
Alexandre Pomar
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