segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ascensão e queda de teorias científicas

















Não é por uma teoria cientifica cair que deixa de ser científica. Pelo contrário, só as teorias científicas podem cair, por poderem estar erradas, isto é, por serem passíveis de negação, pela lógica, pela observação e pela experiência. Por exemplo, o sistema geocêntrico foi substituído pelo sistema heliocêntrico, no século XVI, por ser mais lógico e estar mais de acordo com as observações. Foi Galileu, no século seguinte, quem fez vingar a visão de Copérnico. Por outro lado, no mesmo século, a teoria de movimento de Aristóteles foi substituída pela mecânica de Galileu e Newton, que tinha, ao contrário das antigas ideias gregas, não só sustentação matemática como também um enorme poder preditivo na descrição de acontecimentos reais. Em tempos mais recentes, ao longo do século XIX, o energicismo, que teve em Ostwald e Mach dois dos seus últimos defensores, deu lugar ao atomismo, de Maxwell, Boltzmann e outros, por os átomos terem inequivocamente, num extenso rol de experiências, dado provas da sua existência.

Carlos Fiolhais


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Gnossienne Nº4

Filosofia da Ciência

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Maria Judite Carvalho




















«Há hoje um cheiro a partir

um cheiro a não estar aqui,

um cheiro a mar verde-pálido,

de algas soltas, sem raízes.

Estou no cais mas não saí.

Tenho um passaporte inválido

para todos os países.»


Maria Judite Carvalho, A flor que havia na água parada,Europa América.


Fotografia feita na Carrasqueira em 18 de novembro de 2011

Debate sobre Violência Doméstica

A Dra. Adélia Silva falou do papel da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) enquanto instituição oficial não judiciária com autonomia funcional e que visa promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações que ponham em causa a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral.
Salientou a relação entre a violência doméstica e as crianças e jovens em risco, pois a disfuncionalidade familiar pode colocá-los em perigo, nomeadamente, se sofrerem maus tratos físicos ou psíquicos ou se forem vítimas de abusos sexuais. Por outro lado, ao serem expostos a comportamentos que afetam gravemente a sua estabilidade emocional e o seu desenvolvimento podem assumir comportamentos desviantes.
Referiu que a intervenção para a promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem em perigo obedece a determinadas regras tais como: atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança ou do jovem; privacidade, toda a defesa dos seus direitos é feita tendo em conta o respeito pela sua intimidade e pela reserva da sua vida privada e a necessidade de intervenção precoce, esta deve ser acionada mal a situação de perigo seja conhecida.
Focou várias vezes a importância do anonimato e relembrou: o silêncio é um aliado do agressor e quanto mais precoce for a intervenção maior é a possibilidade de proteger a criança ou o jovem.

domingo, 22 de abril de 2012

Violência sobre Crianças

A Linha da Criança foi criada em 1993, para acolher as queixas relativas a menores que se encontram em situação de risco ou perigo. Em relação a 2010, o serviço registou menos 53 chamadas. De Janeiro a 17 de Abril deste ano, já recebeu 216 pedidos, 64 dos quais relativos às responsabilidades parentais, o assunto que desde sempre tem motivado o maior número de pedidos, segundo dados avançados da Provedoria de Justiça. Dezasseis chamadas recebidas este ano estavam relacionadas com situações de negligência, 15 devido a maus tratos físicos e psíquicos e 12 relativos à actuação das comissões de protecção de crianças e jovens (CPCJ). Em 2011, 30 chamadas foram motivadas por carências económicas, uma situação que levou cinco pessoas a pedir ajuda já este ano à linha gratuita do provedor de justiça (800206656). Também o serviço de apoio à criança (SOS-Criança) tem registado um acréscimo no número de pessoas que ligam devido a dificuldades económicas, tendo assinalado, em 2011, 19 pedidos relacionados com a pobreza e 24 com a mendicidade.
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sábado, 14 de abril de 2012

Debate sobre Violência Doméstica



















A Guarda Sandra Rafael explicou a essência do projeto NIAVE (Núcleo de Investigação e de Apoio a Vitimas Específicas), isto é, referiu ser este um projeto da Guarda Nacional Republicana, que tem como objetivo geral qualificar o tratamento das matérias relacionadas com as problemáticas das violências cometidas essencialmente sobre as mulheres, as crianças e outros grupos específicos de vítimas.
O projeto pretende dar resposta tanto ao nível da prevenção, sensibilização de operacionais e população em geral, como da investigação criminal.
O NIAVE atua em três frentes: a nível Policial com a sinalização, identificação e acompanhamento de situações e o atendimento especializado e personalizado às vítimas; a nível Processual Penal procede às investigações e propõe as medidas adequadas à proteção das vítimas; a nível Psicossocial faz o encaminhamento das vítimas (e, em certos casos, dos agressores), no âmbito das redes de apoio social, o acompanhamento integrado das situações de violência e a participação ativa no estudo e nos processos preventivos do fenómeno.
Relembrou que a Violência Doméstica é crime público ao qual devemos estar atentos e deixou os contactos para os quais as vítimas devem ligar.

Fotografia feita pela aluna Carolina Resende do 11ºA

sexta-feira, 13 de abril de 2012

No Meio do Caminho

























No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

Fotografia feita no Pessegueiro em 11-01-12

Sexta-feira (Emprego Bom Já)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Debate sobre Violência Doméstica

















A Dra. Sónia Reis estabeleceu com os alunos um diálogo orientado para a questão da violência no namoro, apesar da “embirração tecnológica”, falou-se dos sinais que a permitem identificar: maus tratos físicos e psicológicos; abusos e violências sexuais, intimidações,… e da necessidade de não ficarmos indiferentes, de denunciar.
Começou por falar do que é o namoro, do relacionamento em termos de investimento afetivo, do quão saudável e positivo este deve ser. No entanto, lembrou que muitos jovens vivem relações em que são confrontados com comportamentos de controlo: verificar as mensagens no telemóvel do namorado/a, proibir/escolher os amigos ou as amigas com quem o outro pode comunicar, etc., estes comportamentos estão frequentemente associados a agressividade/violência. Mas, o facto é que muitos adolescentes interpretam estas atitudes agressivas e de sentimentos de posse como prova de amor: “Se tem ciúmes é porque gosta muito de mim”.
Falou-nos ainda das consequências da violência no namoro: baixa autoestima, isolamento, depressão, tristeza, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras. Mais uma vez reforçou a importância de estarmos atentos e de compreender que amor e violência são incompatíveis.


Fotografia feita pela aluna Carolina Resende do 11ºA

Decreto-Lei - Violência Doméstica

Diário da República, 1.ª série — N.º 180 — 16 de Setembro de 2009 6551

Lei n.º 112/2009
de 16 de Setembro

Estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica, à proteção e à assistência das suas vítimas e revoga a Lei n.º 107/99, de 3 de Agosto, e o Decreto –Lei n.º 323/2000, de 19 de Dezembro.

A Assembleia da República decreta, nos termos daalínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

CAPÍTULO I
Disposições gerais

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica e à proteção e assistência das suas vítimas.

Artigo 2.º
Definições
Para efeitos de aplicação da presente lei, considera -se:
a) «Vítima» a pessoa singular que sofreu um dano, nomeadamente um atentado à sua integridade física ou mental, um dano moral, ou uma perda material, diretamente causada por ação ou omissão, no âmbito do crime de violência doméstica previsto no artigo 152.º do CódigoPenal;
b) «Vítima especialmente vulnerável» a vítima cuja especial fragilidade resulte, nomeadamente, da sua diminuta ou avançada idade, do seu estado de saúde ou do facto de o tipo, o grau e a duração da vitimização haver resultado em lesões com consequências graves no seu equilíbrio psicológico ou nas condições da sua integração social;
c) «Técnico de apoio à vítima» a pessoa devidamente habilitada que, no âmbito das suas funções, presta assistência direta às vítimas;
d) «Rede nacional de apoio às vítimas da violência doméstica» o conjunto dos organismos vocacionados para o apoio às vítimas de violência doméstica, nele se incluindo o organismo da Administração Pública responsável pela área da cidadania e da igualdade de género, as casas de abrigo, os centros de atendimento, os centros de atendimento especializado, bem como os núcleos de atendimento e os grupos de ajuda mútua devidamente reconhecidos;
e) «Organizações de apoio à vítima» as organizações da sociedade civil, não governamentais (organizações não governamentais, organizações não governamentais de mulheres, instituições particulares de solidariedade social, fundações ou outras associações sem fins lucrativos), legalmente estabelecidas, cuja atividade se processa em cooperação com a ação do Estado e demais organismos públicos;
f) «Programa para autores de crimes no contexto da violência doméstica» a intervenção estruturada junto dos autores de crimes no contexto da violência doméstica, que promova a mudança do seu comportamento criminal, contribuindo para a prevenção da reincidência, proposta e executada pelos serviços de reinserção social, ou por outras entidades competentes em razão da matéria.


Debate sobre Violência Doméstica






No passado dia 23 de março teve lugar no Auditório António Chainho, promovido pelo Grupo de Filosofia da ESMF, um debate sobre Violência Doméstica e dirigido aos alunos dos 10º e 11º Anos.
As instituições convidadas foram: APAV- representada pela Dra. Sónia Reis (núcleo de Setúbal), GNR- representada pela Guarda Sandra Rafael (NIAVE, Setúbal) e CPCJ- representada pela Dra. Adélia Silva (núcleo de Santiago do Cacém).