quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
terça-feira, 29 de novembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
domingo, 20 de novembro de 2016
sábado, 19 de novembro de 2016
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
domingo, 13 de novembro de 2016
O determinismo é a tese de que todos os acontecimentos estão causalmente determinados pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza. Um acontecimento está causalmente determinado pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza quando não poderia deixar de se dar sem violar as leis da natureza ou sem ter origem em acontecimentos anteriores diferentes. A posição que a Terra ocupa a cada momento, por exemplo, resulta inteiramente das leis da natureza e da posição que a Terra e os outros corpos celestes ocupavam anteriormente. O universo forma uma imensa cadeia causal na qual cada efeito está determinado pelas causas que o antecedem.
Chama-se cadeia causal à sequência encadeada de causas e efeitos. Por exemplo, imaginemos que a Ana dá um chuto numa bola. Esta é a causa que faz a bola deslocar-se. A deslocação da bola é o efeito. Por sua vez, esta bola bate noutra bola. Agora, a deslocação da primeira bola é a causa da deslocação da segunda bola. É a esta sucessão encadeada de causas e efeitos que se chama «cadeia causal».
Se o universo é uma imensa cadeia causal, cada acontecimento é inteiramente determinado pelos acontecimentos anteriores. O que isto significa é que um certo acontecimento B está determinado a ocorrer desde que ocorram os acontecimentos A anteriores que são as suas causas. Explica-se uma ação referindo as crenças e os desejos do agente. Contudo, as crenças e desejos do agente são, em si, acontecimentos no mundo como quaisquer outros. Neste caso, são acontecimentos que ocorrem no seu cérebro. Ora, estes acontecimentos que ocorrem no seu cérebro são igualmente o resultado causal de acontecimentos anteriores. Logo, se as nossas ações resultam causalmente dos nossos desejos e crenças, e se estas resultam por sua vez de acontecimentos anteriores, as nossas ações resultam indirectamente desses acontecimentos anteriores. Mas isto parece significar que não somos livres. Por exemplo, quando a Ana dá um chuto numa bola, esta acção parece-lhe inteiramente livre. Contudo, ao explicarmos a ação da Ana, diremos que ela tinha uma crença e um desejo: tinha a crença de que chutar a bola iria contribuir para ganhar o jogo em que estava a participar, por exemplo, e tinha o desejo de ganhar o jogo. Mas tanto a sua crença como o seu desejo são apenas acontecimentos no seu cérebro; e estes são o resultado causal de acontecimentos anteriores. Assim, o chuto da Ana estava determinado indirectamente por esses acontecimentos. A Ana tem apenas a ilusão de que é livre, porque decidiu chutar a bola e conseguiu fazê-lo – ninguém a impediu. Mas o problema é que a própria decisão foi apenas o resultado de uma cadeia causal. E isto parece contrariar a sensação de liberdade que a Ana tem.
Condicionantes da ação
A ideia de que estamos determinados a agir como agimos em função dos acontecimentos anteriores contraria o que pensamos sobre nós mesmos. Por exemplo, imaginemos que o Mário nasceu e foi criado numa sociedade que considera que as mulheres não devem ter direitos iguais aos homens. É muito natural que o Mário tenha uma certa predisposição para aceitar essas ideias. Afinal, a personalidade das pessoas é influenciada pelo meio social em que vivem. Contudo, consideramos que o Mário pode perfeitamente rejeitar essas ideias, se quiser. Chama-se por vezes condicionantes histórico-culturais da ação aos factores históricos e culturais que influenciam a personalidade das pessoas, e portanto o modo como agem. E chama-se condicionantes físico-biológicas da ação aos factores físicos e biológicos que influenciam a personalidade das pessoas, e portanto o modo como agem. Por exemplo, a Ana pode ter uma certa constituição biológica que a predispõe a ser irritável, simpática ou estudiosa. A perspetiva de senso comum que temos da ação humana é que as condicionantes da ação influenciam, mas não determinam, a nossa acção. Retomando o exemplo anterior, o Mário pode ter sido influenciado pela sua sociedade para pensar o que pensa acerca das mulheres; mas não foi determinado a pensar desse modo – pensa desse modo porque quer.
(Arte de Pensar)
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
O livre-arbítrio é a capacidade para decidir (arbitrar) em liberdade.
O problema do livre-arbítrio consiste em tentar compatibilizar o determinismo que encontramos na natureza com a perspectiva de senso comum que temos de nós mesmos. Poderemos ser realmente livres num universo determinista? Ou será que temos de aceitar que a liberdade é uma ilusão porque tudo está determinado? Poderemos, alternativamente, conceber que o universo não está afinal inteiramente determinado precisamente porque somos livres?
(in Arte de Pensar)
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Aquilo que é feito intencionalmente por alguém; um
acontecimento que resulta directamente da VONTADE de um AGENTE. Uma pessoa pode
causar um acontecimento sem que o tivesse previsto, desejado ou controlado
(como quando chuta uma pedra involuntariamente e esta acerta num carro). Neste
caso, não se trata de uma ação. Apenas aos acontecimentos causados por alguém
de forma intencional, e que têm em vista obter algum resultado, se pode
apropriadamente chamar "ações" (como atirar uma pedra a um cão para o
afastar do meio da estrada). O movimento corporal não é necessário nem
suficiente para assinalar a existência de uma ação: é vulgar alguém fazer a ação
de se defender de um cão feroz permanecendo imóvel; e há movimentos quando
espirramos sem que isto represente qualquer ação. APC
terça-feira, 18 de outubro de 2016
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
terça-feira, 4 de outubro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
terça-feira, 12 de julho de 2016
segunda-feira, 11 de julho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
terça-feira, 28 de junho de 2016
quinta-feira, 9 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
De Rerum Natura: O nascimento de investigação científica com moscas...
De Rerum Natura: O nascimento de investigação científica com moscas...: Estreia nacional de " The Fly Room " - dia 14 de Junho, 19h, Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A entrada é livre, lugares limit...
sexta-feira, 3 de junho de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
terça-feira, 24 de maio de 2016
sexta-feira, 13 de maio de 2016
quarta-feira, 4 de maio de 2016
terça-feira, 3 de maio de 2016
terça-feira, 19 de abril de 2016
quarta-feira, 13 de abril de 2016
segunda-feira, 11 de abril de 2016
quinta-feira, 7 de abril de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
segunda-feira, 28 de março de 2016
domingo, 20 de março de 2016
sábado, 19 de março de 2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Onde os céticos triunfam- David Hume
«A grande subversora do
pirronismo ou dos princípios excessivos do ceticismo é a ação, juntamente com
os afazeres da vida diária. Esses princípios podem florescer e triunfar nas
escolas, onde, de facto, é difícil refutá-los, se não até mesmo impossível.
[...] O cético, portanto, faria melhor em se limitar à sua esfera própria e
expor aquelas objeções filosóficas que derivam de investigações mais
aprofundadas. Aqui ele parece dispor de ampla matéria de triunfo, ao
corretamente insistir que toda a nossa evidência para qualquer questão de facto
situada para além do testemunho dos sentidos ou da memória deriva inteiramente
da relação de causa e efeito; que não temos outra ideia dessa relação que não a
de dois objetos que se apresentaram frequentemente conjugados um com o outro;
que não dispomos de qualquer argumento que nos possa convencer de que os
objetos que, na nossa experiência, se apresentaram frequentemente conjugados,
continuarão a aparecer conjugados do mesmo modo em outros casos; e que nada nos
conduz a essa inferência a não ser o hábito, um certo instinto da nossa
natureza, ao qual, de facto, é difícil resistir; mas que, como outros
instintos, pode ser falaz e enganador. Ao insistir nestes tópicos, o cético
mostra a sua força, ou melhor, sem dúvida, a sua e a nossa fraqueza; e parece,
pelos menos de momento, destruir toda e qualquer segurança e convicção.»
David Hume, Tratados I: Investigação sobre o
Entendimento Humano. Trad. de João Paulo Monteiro. Lisboa: INCM, 2002, p. 170
Não temos justificação para acreditar que o Sol irá nascer amanhã
«É importante que
estejamos cientes da natureza radical da tese de Hume. Ele argumenta que todo o
raciocínio indutivo é inválido: não temos razões a priori ou empíricas para
aceitar crenças baseadas em inferências indutivas. Não temos justificação para
acreditar que o sol irá nascer amanhã. O ponto crucial é este: se eu afirmar
que o sol vai nascer amanhã e o meu amigo afirmar que ele se vai transformar
num ovo estrelado gigante, a minha crença não é, de acordo com Hume, mais
justificada do que a do meu amigo. Claro que eu não tenho amigo algum que
acredite nisto, e Hume tem uma explicação para esse facto. Devido ao “costume”
ou ao “hábito”, todos pensamos em termos indutivos. Contudo, este tipo de
pensamento não é justificado; resulta apenas de certas disposições psicológicas
que criaturas como nós possuem: não é, portanto, a razão que é o guia da vida,
mas sim o costume. […] Os animais também têm essas disposições; são guiados
pelo costume e esperam que as regularidades que experienciaram continuem.
Contudo, como observa Russell, a galinha a que o agricultor dá de comer todos
os dias pode ser degolada amanhã. A nossa posição é análoga à da galinha:
esperamos que o Sol nasça todas as manhãs tal como a galinha espera o seu
alimento, mas nenhum de nós tem qualquer justificação para as nossas crenças ou
comportamento. Uma resposta comum a esta posição cética é que sabemos que o Sol
irá nascer amanhã porque temos uma explicação científica para que tal aconteça,
descrevendo o movimento da Terra em relação ao Sol. Aqui, no entanto, podemos
ver todo o alcance do argumento de Hume. Chegámos à nossa narrativa através de
sucessivas observações astronómicas. A nossa explicação científica do nascer do
Sol é, portanto, indutiva, pelo que está igualmente sujeita ao argumento de
Hume. De acordo com Hume, o cientista não pode justificar a sua crença de que a
gravidade continuará a manter os corpos celestes nas órbitas que até agora
temos observado seguirem.»
Dan O’Brien, Introdução à Teoria do
Conhecimento
sábado, 20 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
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