quinta-feira, 13 de março de 2014

O Feminismo de Stuart Mill



Uma área em que Mill foi particularmente radical na altura em que escreveu era o seu feminismo. Na Inglaterra do século XIX, as mulheres casadas não tinham direito a deter propriedade própria e gozavam de pouca proteção legal contra a violência e a violação pelos maridos. Em A Sujeição das Mulheres (1869), Mill afirma que os sexos devem ser tratados de forma igual tanto pela lei como pela sociedade em geral. Algumas pessoas diziam que as mulheres eram naturalmente inferiores aos homens. Mill perguntava como podiam saber isso quando, na maioria dos casos, as mulheres eram impedidas de realizarem todos os seus potenciais: eram mantidas afastadas do ensino superior e de muitas profissões. Acima de tudo, Mill queria maior igualdade entre os sexos. Afirmava que o casamento devia ser uma amizade entre iguais. O seu próprio casamento com a viúva Harriet Taylor, que só se realizou muito tarde nas suas vidas, era deste tipo e deu grande felicidade aos dois. Haviam sido amigos íntimos (…) quando o primeiro marido de Harriet era vivo, mas Mill teve de esperar até 1851 para se tornar o seu segundo marido. Harriet ajudou-o a escrever Sobre a Liberdade e A Sujeição das Mulheres, apesar de, infelizmente, ter morrido antes da publicação destas duas obras.
N. Warburton, Uma Pequena História da Filosofia, Edições 70, 2012, pp. 149-150