Sob as muralhas vermelhas de Paris alinhava o exército de França. Carlos Magno devia passar em revista os paladinos. Há mais de três horas que estavam ali. Era uma tarde um pouco encoberta e enevoada de princípios de Verão. Nas armaduras fervia-se como numa panela posta a cozer a fogo lento. Talvez alguém, naquela fila imóvel de cavaleiros, tivesse perdido os sentidos ou simplesmente adormecido, mas a armadura mantinha-os firmes nas selas, todos da mesma maneira. De súbito, três vibrações de trompa: as plumas das cimeiras estremeceram no ar imóvel e cala-se, num instante, aquela espécie de mugido marinho que se tinha ouvido até ali, que não era senão o sussurro dos guerreiros abafado pela embocadura dos elmos. Ei-lo finalmente, Carlos Magno que avançava, lá ao longe, num cavalo que parecia maior que o natural, a barba sobre o peito e as mãos pousadas no cepilho da sela. Reinar e guerrear, guerrear e reinar, sem tréguas nem descanso. Parecia um pouco envelhecido desde a última vez que o tinham visto aqueles guerreiros.
Parava o cavalo diante de cada oficial e voltava-se para olhar de alto a baixo. – E quem sois vós, paladino de França?
pp.5-6
Parava o cavalo diante de cada oficial e voltava-se para olhar de alto a baixo. – E quem sois vós, paladino de França?
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