segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
sábado, 23 de fevereiro de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Isto não é (Só) Matemática
A matemática nunca foi fácil. Pelo menos, era o que se dizia! Um papão para muitos; um enorme desafio para outros! A matemática é, porém, a base de qualquer ciência e a sua compreensão é uma enorme vantagem para o nosso quotidiano. O texto apresenta-se como uma série de episódios, pequenos contos, alguns de drama intenso, outros de ação, outros de comédia quotidiana. No conjunto relatam uma das aventuras mais extraordinárias na evolução humana, quer intelectual, quer social, quer tecnológica. É uma viagem que tem a pretensão de conseguir mudar a forma como o leitor vê o Mundo, ou pelo menos parte substancial dele.
Um livro de contos, de divulgação científica, banda desenhada ou um livro académico? Definitivamente, tudo isso. A matemática como nunca a viu!
«[Os Aibéos] conseguiram dar uma estranha espécie de sex-appeal à matemática mas, mais importante que isso, são pessoas inteligentes que perceberam que pelo humor é que vamos.»
Do prefácio de Nuno Markl
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
A teoria política de John Locke
Antes de haver estados capazes de promulgar leis, defende Locke, os homens têm consciência da existência de uma lei natural, que os ensina que todos os homens são iguais e independentes e que ninguém deve prejudicar outra pessoa na sua vida, saúde, liberdade ou propriedade. Estes homens, que não têm na Terra ninguém que lhes seja superior, encontram-se num estado de liberdade, mas não num estado de indisciplina. Além de estarem obrigados pela lei natural, os seres humanos possuem direitos naturais, em particular o direito à vida, à autodefesa e à liberdade. Também têm deveres, em particular o de não prescindirem dos seus direitos.
Um direito natural significativo é o direito de propriedade. Deus não confere propriedades particulares a indivíduos particulares, mas a existência de um sistema de propriedade privada faz parte dos planos de Deus para o mundo. No estado de natureza, as pessoas adquirem propriedade "misturando o seu labor" com os bens naturais, recolhendo água, apanhando frutos ou lavrando a terra. Locke considerava haver um direito natural, não apenas de adquirir, mas também de herdar propriedade privada.
Kenny
Retirado de História Concisa da Filosofia Ocidental, de Anthony Kenny. Trad. Desidério Murcho, Fernando Martinho, Maria José Figueiredo, Pedro Santos e Rui Cabral (Temas e Debates, 1999).
domingo, 10 de fevereiro de 2013
O problema da justificação do estado
Pensa por momentos na tua própria sujeição política. Estás continuamente a ser sujeito a regras de que não és o autor — designadas por "leis" — que te governam não apenas a ti mas aos outros, que impõe, por exemplo, a velocidade a que deves andar na autoestrada, o comportamento que deves ter em público, que tipo de ações para com os outros são permissíveis, que objetos contam como "teus" ou "deles", e assim sucessivamente. Estas regras são impostas por determinadas pessoas que seguem as diretivas daqueles que as criaram definindo também punições para o caso de não serem cumpridas. Sabes ainda que se não obedeceres a estas regras, é bastante provável que sofras consequências indesejáveis, que podem ir de pequenas multas à prisão e até (em certas sociedades) à morte.
A sensação que tens quando és governado é a de que não és subjugado nem coagido. Se não aprovamos que um homem aponte uma arma à tua cabeça e que exige que lhe dês o teu dinheiro, então por que havemos de aprovar que qualquer grupo ameace recorrer a multas, ou à prisão, ou à pena de morte para que te comportes de uma certa forma, ou para que lhe dês o teu dinheiro (a que chamam "impostos") ou para que lutes em guerras que eles provocaram? Será esta sujeição realmente permissível de um ponto de vista moral, especialmente porque os seres humanos precisam de liberdade para se aperfeiçoarem?
Jean Hampton
Tradução e adaptação de Vítor João Oliveira
Retirado de Political Philosophy, de Jean Hampton (Oxford: Westview Press, 1997, pp. 3–6)
Quadro: J. Duarte
sábado, 9 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Será a ética apenas uma questão de convenções sociais?
(…) existe um padrão culturalmente neutro do certo e do errado e não é difícil dizer que padrão é esse. Afinal, a razão pela qual criticamos a violação e o apedrejamento não é a de estas ações serem «contrárias aos padrões americanos». Também não criticamos essas práticas por elas serem de algum modo más para nós. A razão pela qual fazemos a crítica é o facto de Mukhtar Mai e Amina Lawal estarem a ser maltratadas – as práticas sociais em questão são más, não para nós, mas para elas. Deste modo, o padrão culturalmente neutro é o da prática social em questão ser benéfica ou prejudicial para as pessoas que são afetadas por ela. As boas práticas sociais beneficiam as pessoas; as más práticas sociais prejudicam as pessoas.
Este critério é culturalmente neutro no sentido relevante. Em primeiro lugar, não implica um favoritismo por algumas culturas. Pode ser aplicado da mesma forma a todas as sociedades incluindo a nossa. Em segundo lugar, a fonte do princípio não reside no interior de uma cultura particular. Pelo contrário, o bem-estar dos seus membros é um valor intrínseco à vida de qualquer cultura viável. É um valor que tem de ser adotado em alguma medida e sem ele uma cultura não existe. É uma condição prévia da cultura, e não uma norma contingente que surge nela. É por esta razão que nenhuma sociedade pode considerar irrelevante este tipo de crítica. A sugestão de que uma prática prejudica as pessoas nunca pode ser afastada com a alegação de que constitui um padrão estranho «trazido de fora» para julgar as práticas de uma cultura.
James Rachels, Problemas da Filosofia, Tradução de Pedro Galvão, Gradiva, 2009, pp. 243-244
Será a ética apenas uma questão de convenções sociais?
Numa aldeia paquistanesa, um rapaz de doze anos foi acusado de ter uma relação amorosa com uma mulher de vinte e dois que pertencia a uma classe social superior. Negou a acusação, mas os anciões tribais não acreditaram nele. Como castigo, decretaram que a irmã adolescente do rapaz – que nada fizera de errado – fosse violada publicamente. O seu nome é Mukhtar Mai. Quatro homens executaram a sentença enquanto os habitantes da aldeia assistiam. Os observadores disseram que isto nada tinha de invulgar, mas, com tantos estrangeiros na região, o incidente foi noticiado e descrito na Newsweek.
No Norte da Nigéria, um tribunal religioso condenou uma mulher solteira chamada Amina Lawal ao apedrejamento até à morte por ter tido relações sexuais fora do casamento. As sessenta pessoas que estavam no tribunal gritaram a sua aprovação. O juiz disse que a sentença devia ser executada logo que o bebé deixasse de precisar de leite materno. A mulher identificou o pai, mas ele negou essa alegação e não o acusaram de nada. Esta foi apenas uma de várias sentenças do mesmo tipo que aí foram impostas recentemente. Reagindo à pressão internacional, o governo nigeriano anunciou que não faria executar a sentença de Amina Lawal, mas receou-se que os responsáveis pela ordem local levassem a cabo o apedrejamento. Ela passou a viver escondida.
A violação de Mukhtar Mai parece ter sido uma questão de honra tribal. O seu irmão tinha alegadamente uma relação amorosa com uma mulher de uma tribo diferente e os anciões da sua tribo exigiam justiça. Os apedrejamentos na Nigéria, pelo contrário, são a aplicação da lei islâmica da Charia, que foi adotada por doze estados nigerianos desde 1999. Ambas as ações parecem horríveis. Condenamo-las instintivamente. Mas teremos uma justificação para dizer que a violação e o apedrejamento são errados?
James Rachels, Problemas da Filosofia, Tradução de Pedro Galvão, Gradiva, 2009, pp. 238-239
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