sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Sibila
Para salvar Eneias do inferno, Apolo concedeu a imortalidade à Sibila, a sacerdotisa do oráculo de Cumae. Mas havia uma armadilha. Apesar de toda a sua sabedoria, a Sibila esqueceu-se de pedir a eterna juventude necessária para contrabalançar o destino que acabou por vitimá-la: ficou simplesmente cada vez mais velha, encolhendo mais e mais até, humilhada, ser metida num jarro de vidro para que todos pudessem escarnecê-la. Quando um grupo de rapazes veio perguntar-lhe o que queria, respondeu de forma sinistra: “Quero morrer”.
Robert Rowland Smith, “Uma Viagem Com Platão”, lua de papel, 2011, Tradução de Francisco J. Azevedo Gonçalves, p. 195
Robert Rowland Smith, “Uma Viagem Com Platão”, lua de papel, 2011, Tradução de Francisco J. Azevedo Gonçalves, p. 195
Imagem retirada daqui
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Alan Turing
Alan Mathison Turing nasceu em 23 de Junho de 1912 em Londres, filho de um oficial britânico, Julius Mathison e Ethel Sara Turing. A maior parte do seu trabalho foi desenvolvida no serviço de espionagem, durante a II Grande Guerra, levando-o somente por volta de 1975 a ser reconhecido como um dos grandes pioneiros no campo da computação.
Depois de concluir o mestrado em King's College (1935) e receber o Smith's Prize em 1936 com um trabalho sobre a Teoria das Probabilidades, Turing enveredou-se pela área da computação. A sua preocupação era saber o que efetivamente a computação poderia fazer. As respostas vieram sob a forma teórica, de uma máquina conhecida como Turing Universal Machine, que possibilitava calcular qualquer número e função, de acordo com instruções apropriadas.
Quando a II Guerra Mundial eclodiu, Turing foi trabalhar no Departamento de Comunicações da Grã Bretanha (Government Code and Cypher School) em Buckinghamshire, com o intuito de quebrar o código das comunicações alemãs, produzido por um tipo de computador chamado Enigma. Este código era constantemente trocado, obrigando os inimigos a tentar descodificá-lo correndo contra o relógio. Turing e seus colegas cientistas trabalharam num sistema que foi chamado de Colossus, um enorme emaranhado de servomotores e metal, considerado um precursor dos computadores digitais
Depois de concluir o mestrado em King's College (1935) e receber o Smith's Prize em 1936 com um trabalho sobre a Teoria das Probabilidades, Turing enveredou-se pela área da computação. A sua preocupação era saber o que efetivamente a computação poderia fazer. As respostas vieram sob a forma teórica, de uma máquina conhecida como Turing Universal Machine, que possibilitava calcular qualquer número e função, de acordo com instruções apropriadas.
Quando a II Guerra Mundial eclodiu, Turing foi trabalhar no Departamento de Comunicações da Grã Bretanha (Government Code and Cypher School) em Buckinghamshire, com o intuito de quebrar o código das comunicações alemãs, produzido por um tipo de computador chamado Enigma. Este código era constantemente trocado, obrigando os inimigos a tentar descodificá-lo correndo contra o relógio. Turing e seus colegas cientistas trabalharam num sistema que foi chamado de Colossus, um enorme emaranhado de servomotores e metal, considerado um precursor dos computadores digitais
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terça-feira, 26 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
O uso e abuso da liberdade religiosa
Quais são os limites certos da liberdade religiosa? Marianne Thieme, líder do Partido pelos Animais da Holanda, responde da seguinte forma: "A liberdade religiosa termina onde o sofrimento humano ou animal começa".
O Partido pelos Animais, o único partido pelos direitos dos animais com representação num parlamento nacional, propôs uma lei que exige que todos os animais sejam atordoados antes do abate. A proposta uniu líderes islâmicos e judeus em defesa daquilo que consideram uma ameaça à sua liberdade religiosa, porque as suas doutrinas religiosas proíbem a ingestão de carne de animais que não estejam conscientes quando são abatidos.
O parlamento holandês concedeu aos líderes o prazo de um ano para provar que os seus métodos de abate ditados pela religião não são mais dolorosos do que o abate precedido de atordoamento. Caso não consigam fazê-lo, a exigência de atordoamento antes do abate será implementada.
Entretanto, nos Estados Unidos, bispos católicos afirmaram que o presidente Barack Obama está a violar a sua liberdade religiosa ao exigir que todas as grandes entidades empregadoras, incluindo universidades e hospitais católicos, ofereçam aos seus trabalhadores seguros de saúde que incluam a contracepção. E, em Israel, os ultra-ortodoxos, cuja interpretação da lei judaica proíbe os homens de tocar nas mulheres que não sejam suas esposas ou com quem não tenham relacionamento, pretendem separar os lugares para homens e mulheres nos autocarros e suspender o plano do governo para acabar com a isenção do serviço militar para estudantes religiosos a tempo inteiro (63 mil em 2010).
Quando as pessoas são proibidas de praticar a sua religião – por exemplo, através de leis que proíbem determinadas formas de adoração – não poderá haver quaisquer dúvidas de que a sua liberdade religiosa foi violada. A perseguição religiosa era habitual nos séculos passados e actualmente ainda persiste em alguns países.
Mas o facto de se proibir o abate ritual de animais não impede os judeus ou os muçulmanos de praticarem a sua religião. Durante o debate sobre a proposta do Partido pelos Animais, o rabino Binyomin Jacobs, grande rabino da Holanda, dirigiu-se aos membros do parlamento com a seguinte afirmação: “Se já não tivermos ninguém que possa fazer o abate ritual na Holanda, deixaremos de comer carne”. E isso, obviamente, é o que se deve fazer quando se professa uma religião que exige que os animais sejam abatidos de uma forma menos humana do que aquela que se pode conseguir através de técnicas modernas.
Nem o Islão nem o Judaísmo defendem qualquer obrigação de comer carne. Não peço aos judeus e aos muçulmanos que façam mais do que eu próprio optei por fazer, por razões éticas, há mais de 40 anos.
Restringir a legítima defesa da liberdade religiosa à rejeição de propostas que impedem as pessoas de praticar a sua religião, torna possível a resolução de muitos outros litígios em que se afirma que a liberdade de religião está em jogo. Por exemplo, permitir que homens e mulheres se sentem em qualquer lugar de um autocarro não viola a liberdade religiosa dos judeus ortodoxos, porque a lei judaica não ordena que se utilizem os transportes públicos. É apenas uma comodidade da qual se pode prescindir – e os judeus ortodoxos têm dificuldade em acreditar que as leis que professam tivessem o objectivo de tornar a vida o mais cómoda possível.
O Partido pelos Animais, o único partido pelos direitos dos animais com representação num parlamento nacional, propôs uma lei que exige que todos os animais sejam atordoados antes do abate. A proposta uniu líderes islâmicos e judeus em defesa daquilo que consideram uma ameaça à sua liberdade religiosa, porque as suas doutrinas religiosas proíbem a ingestão de carne de animais que não estejam conscientes quando são abatidos.
O parlamento holandês concedeu aos líderes o prazo de um ano para provar que os seus métodos de abate ditados pela religião não são mais dolorosos do que o abate precedido de atordoamento. Caso não consigam fazê-lo, a exigência de atordoamento antes do abate será implementada.
Entretanto, nos Estados Unidos, bispos católicos afirmaram que o presidente Barack Obama está a violar a sua liberdade religiosa ao exigir que todas as grandes entidades empregadoras, incluindo universidades e hospitais católicos, ofereçam aos seus trabalhadores seguros de saúde que incluam a contracepção. E, em Israel, os ultra-ortodoxos, cuja interpretação da lei judaica proíbe os homens de tocar nas mulheres que não sejam suas esposas ou com quem não tenham relacionamento, pretendem separar os lugares para homens e mulheres nos autocarros e suspender o plano do governo para acabar com a isenção do serviço militar para estudantes religiosos a tempo inteiro (63 mil em 2010).
Quando as pessoas são proibidas de praticar a sua religião – por exemplo, através de leis que proíbem determinadas formas de adoração – não poderá haver quaisquer dúvidas de que a sua liberdade religiosa foi violada. A perseguição religiosa era habitual nos séculos passados e actualmente ainda persiste em alguns países.
Mas o facto de se proibir o abate ritual de animais não impede os judeus ou os muçulmanos de praticarem a sua religião. Durante o debate sobre a proposta do Partido pelos Animais, o rabino Binyomin Jacobs, grande rabino da Holanda, dirigiu-se aos membros do parlamento com a seguinte afirmação: “Se já não tivermos ninguém que possa fazer o abate ritual na Holanda, deixaremos de comer carne”. E isso, obviamente, é o que se deve fazer quando se professa uma religião que exige que os animais sejam abatidos de uma forma menos humana do que aquela que se pode conseguir através de técnicas modernas.
Nem o Islão nem o Judaísmo defendem qualquer obrigação de comer carne. Não peço aos judeus e aos muçulmanos que façam mais do que eu próprio optei por fazer, por razões éticas, há mais de 40 anos.
Restringir a legítima defesa da liberdade religiosa à rejeição de propostas que impedem as pessoas de praticar a sua religião, torna possível a resolução de muitos outros litígios em que se afirma que a liberdade de religião está em jogo. Por exemplo, permitir que homens e mulheres se sentem em qualquer lugar de um autocarro não viola a liberdade religiosa dos judeus ortodoxos, porque a lei judaica não ordena que se utilizem os transportes públicos. É apenas uma comodidade da qual se pode prescindir – e os judeus ortodoxos têm dificuldade em acreditar que as leis que professam tivessem o objectivo de tornar a vida o mais cómoda possível.
Peter Singer
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segunda-feira, 18 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
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